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Um filme agridoce, uma postura hesitante

Entrevista com Vinicius Eliziário, diretor de Procura-se Bixas Pretas (2022, 25’), realizada por Marcela Lins e Pedro Antuña

 

Um filme hesitante, que reiteradamente nos diz que não há fronteiras duras entre procedimentos ficcionais e documentais, é o ponto de partida da conversa que tivemos com Vinicius Eliziário, realizador de Procura-se bixas pretas, filme que compôs a Mostra Competitiva Brasil do 24º FestCurtasBH. Nosso encontro ocorreu em uma manhã de domingo, poucos dias após o festival, em uma sala online. Durante uma hora de conversa - orientada por cinco perguntas - debatemos tradições fílmicas, outros modos de narrar não pautados em simples binarismos e tateamos o lugar da amizade e das redes de solidariedade no fazer cinema, além de brincar com os papéis de entrevistado e entrevistador.


Procura-se é um filme que acontece no contexto de um teste de elenco para o curta-metragem Tigrezza – projeto do realizador, atualmente em processo de financiamento coletivo. Em Procura-se, vemos uma série de entrevistadas que são compelidas a performar alguns monólogos, profundamente vinculados às suas experiências subjetivas. O resultado é um curta-metragem agridoce, conforme comenta o próprio Vinicius, que aponta para sujeitas marcadas por uma série de processos de dor, mas também aponta para as redes de afeto e apoio mútuo que as inscrevem no mundo.

Marcela e Pedro: No teu filme, você desestabiliza ficção e vivências reais dos atores/personagens. E, de fato, podemos pensar as ficções como algo não apartado do mundo real, mas como algo que reitera ou desestabiliza a ordem sensível. Para você, qual o lugar das falas “ficcionais” dos personagens? E por que a escolha de dissolver essas distinções?


Vinícius: Essas falas, vivências e narrativas acabam não sendo só ficcionais. Elas podem ter sido ficcionais no campo da escrita, mas elas estão muito presentes em cada uma [das atrizes e atores]. Eu acho que a dissolução acontece quando os atores e atrizes se confrontam com narrativas muito parecidas com as delas e que faz esse ficcional se tornar tão real quanto a própria vivência. Tanto que, na hora da direção, eu falei para elas: “Olha, esse texto aqui é uma cena motivadora para esse monólogo. Você pode ou não seguir essa narrativa, essa história. Você pode criar a partir de sua história, de sua vivência. Criar uma outra história”. Só que conversando com elas depois, elas falaram que, às vezes, nem precisava criar, porque elas viveram aquilo, só que com um nome diferente, com uma cena diferente. E eu acho que a dissolução aqui – eu faço uma comparação com o Eduardo Coutinho –, é que, no Jogo de Cena [2007], são atrizes tentando chegar num lugar do real, de vivências que, apesar de serem mulheres como elas, são violências extremamente diferentes das delas. E aqui é uma representação de si mesmo, de histórias que são de si. Não existe chegar em um lugar porque esse lugar já está dado. Eu acho que a potência está nisso.

Eu estava até conversando recentemente com um amigo que faz teatro em Belo Horizonte sobre as questões da representação no teatro/cinema. Eu falava que eu particularmente gosto de trabalhar com não-atores, não-atrizes ou atrizes em começo de formação, mas sobretudo atrizes e atores que vivenciam aquelas histórias, que estão próximos delas. Eu acho que esse modelo romantizado da representação como algo que o ator trabalha para poder chegar está muito no lugar de um teatro feito na Grécia por homens brancos, cis. E que estão ali representando corpos que não são deles. Acho que, em 2022, século XXI, a gente precisa cada vez mais trabalhar com o lance da representação de si, não do outro.


M. e P.: Por vezes, os atores dos filmes hesitam em dar as respostas, principalmente mediante a sua intervenção como diretor. De forma semelhante, as personagens também hesitam nos modos de se colocar no mundo, e o próprio filme “hesita” em definir o seu gênero cinematográfico. Então a pergunta que pensamos é: por que hesitamos? Qual o lugar dessa hesitação?


V.: Acho que hesita porque dói. Dói demais. Dói porque é doloroso não viver esse afeto, é doloroso não conseguir ser quem se é, por questões que transcendem o “você”. E eu acho que é isso, bem resumidamente. Existe também uma hesitação de quem pergunta durante o filme porque eu sei o quanto dói, sabe? Sei enquanto corpo e enquanto empatia. Tiveram alguns monólogos que eu não consegui perguntar. O monólogo da Luna mesmo. Ela chegou, sentou, estava nervosa, e começou a falar, falar, falar. Eu estava admirando, doendo também pelo depoimento dela. Eu até tinha formulado algumas perguntas, mas eu me perguntei: “Putz, se eu falar qualquer coisa, sei que ela vai chorar e eu não quero isso”. Eu acho que existe uma fetichização do cinema de encontrar o choro no documentário. E eu particularmente não gosto desse lugar. Não gosto de expor minhas personagens ao lugar de desconforto só para ter uma curva dramática dentro do filme. Então eu acho que hesita porque dói. Existe uma crítica do filme que falou justo dessa minha hesitação, sobre não querer chegar nesse lugar. Fiquei pensando em responder e não, não vou, porque eu acho que existem formas e formas de fazer cinema. Então seria um cinema que precisa de um “aperto” nas personagens para tentar chegar em um grau dramático desejável na cabeça dessas pessoas, deixa ele. Eu vou continuar fazendo meu cinema.


E sobre hesitação do gênero, é doido, porque o filme passou no Forumdoc.bh [Festival do Filme Documentário e Etnográfico]. Eu fico sempre me perguntando que tipo de filme eu fiz (risos). Porque ele é um filme que tem um roteiro, com histórias que as personagens traçam seus monólogos. Existe um fio condutor ali que é ficcional, que é escrito, que é de uma dramaturgia, mas a forma que se conta e a forma também que elas trazem suas próprias vivências dentro desse “emoldurado ficcional”, traz essa camada de documentário. Até hoje eu não sei como definir Procura-se Bixas Pretas. Na maioria das vezes eu coloco documentário pela forma, mas eu fico pensando: “Porra, o Forumdoc validou meu questionamento sobre esse documentário, então se passou no Forumdoc, pelo menos é documentário”, mas eu não consigo definir de fato. Às vezes eu coloco como ficcional, quando tem experimental, eu coloco experimental. Quando tem festivais de documentário, eu coloco documentário. Então ele segue esse fluxo fluido. Acho que é sobre isso, essa fluidez, tanto dos personagens quanto do próprio filme.


M. e P.: A terceira pergunta vai um pouco nesse caminho. O filme tensiona expectativas que envolvem tanto a sexualidade e a sensibilidade dessas corpas negras/corpos negros no mundo amoroso, com uma expectativa do espectador em relação aos gêneros fílmicos e ao próprio cinema. Por que reunir esses universos?


V.: Eu sempre tive um desejo de fazer um filme sobre teste de elenco. Desde Rebento (filme exibido no 22º FestcurtasBH), que foi meu último filme, eu vi uma potência muito doida no teste de elenco. De como as pessoas pegam esses personagens e trazem para si. Com Procura-se, existiu a tempestade perfeita, porque a gente precisava primeiramente fazer um documentário para uma disciplina. Eu tinha esse desejo de fazer um teste de elenco. Eu precisava urgentemente engatar o processo de “Tigrezza” para conseguir conceber que esse filme vai existir. Então eu acho que, ao ver essa nuvem se formando, eu percebi que seria também um espaço muito potente de poder trabalhar questões que talvez no documentário mais padrão fosse mais doloroso, novamente trazendo a dor, sabe? Se fosse um documentário de cabeça, falando sobre questões de afetividade, de hiperssexualização, seria mais doloroso e menos agridoce. Eu acho que o Procura-se é um filme agridoce, sabe? Ele tem uma leveza, ao mesmo tempo que ele consegue te cortar de uma forma terrível.


Mas por que falar sobre esses temas, né? Eu, enquanto realizador, sempre procuro fazer filmes em que a gente procure sarar nossas feridas. O primeiro filme que circulei, no primeiro festival que circulei, foi um clipe chamado Mulher de Roxo, eu acho que desde ali tinha a semente. Mas a experiência do festival Visões Periféricas me deu um norte, esse meu “editorial” sobre fazer filmes. Filmes que a gente possa explorar nossas dores, mas que a gente não fique só nelas, e proponha cura, né? Eu acho que Procura-se, por mais que seja também uma exposição de dor, ele transborda num lugar onde a gente reflete sobre essas expectativas, sobre nós e o outro, sobre essas questões de desejo e sobre nossos próprios preterimentos. É tentar apontar para um caminho e esse caminho é Tigrezza, por exemplo, que resumidamente é o encontro dessas duas pessoas que sofrem pelos corpos que elas acreditam que devam ser amados. E quando a gente para e olha para si, a gente vê o quanto o afeto precisa existir entre nós, sabe? Eu acho que é isso. O ato de bagunçar veio como uma tempestade perfeita, mas a intencionalidade de trazer essas questões do afeto, da sexualização, é sobre poder nos olhar no espelho. Isso de ser somente a câmera frontal, isso é o lugar de reflexão sobre si.

M. e P.: Tigrezza e Danrley parecem apoiar-se um no outro para criar referências de vivências, sexualidade e liberdade. A gente queria saber se você acha que as artes, que o cinema, podem ser esse lugar de criar laços de amizade, redes de solidariedade, apoio mútuo.


V.: Cinema enquanto arte ou enquanto filme ou enquanto os dois?


M. e P.: Enquanto os dois.


V.: Eu acredito que só continuo fazendo cinema justamente por essas conexões que acontecem em festivais. Eu acho que, na verdade, só assim a gente consegue. E é muito doido, que várias pessoas, amigas minhas, são também minhas referências hoje em dia. Por exemplo, eu estava ontem tomando uma cerveja com a Renata Martins, de “Sem Asas”, e eu acho também que muito do que eu acredito como cinema está inspirado no que ela fala. Teve uma vez, numa sessão, que escutei: “A realidade já nos mata o tempo todo. Não dá para fazer isso no cinema também”. Não necessariamente com essas palavras, mas apontando para esse caminho. Então sim, sabe?


E a arte, falando da história muito específica de Salvador, fundamenta esse lugar de criação de laços. O fomento da arte de Salvador, por exemplo, é muito apoiado em si. Recentemente eu fiz uma sessão chamada Bixa Futurista e chamei Negrum3, Os últimos românticos do mundo e Ilhas de Calor, e os realizadores são meus amigos. Eu convidei a Malayka SN e a Paulilo Azevedo, que são minhas amigas e que também são minhas referências. Então a arte com certeza é esse lugar de encontro e de colher essas referências dos próximos. Eu fico brincando que, às vezes, ir para um festival de cinema é muito doloroso, porque minhas referências não são do cinema clássico. Eu fiz Produção Audiovisual e o cinema clássico nunca me interessou. Tanto que História do Cinema é obrigatório dentro do curso, e eu já peguei duas vezes e não consegui formar nessa disciplina, porque não me atrai. Me atrai o que está próximo de mim, construindo junto comigo. E que se a gente não se referenciar, não vai ser a academia que vai nos referenciar. Então é sobre isso. É sobre poder estar criando junto com as minhas e os meus e tornando elas como referências na cena regional, estadual, nacional.


M. e P.: Indo para a última pergunta, a gente vai no caminho de uma abertura. Você tem alguma pergunta para nós? Já que você é o diretor... e se você gostaria de propor outra pergunta para você. Ou se quer falar mais alguma coisa.


V.: Eu vou pensar nas perguntas agora. É uma curiosidade, como as coisas chegam nas centralidades que eles não fazem parte. Em Rebento eu recebi alguns feedbacks muito bons. Teve um feedback muito constrangedor também, mas eu fiquei... “que massa também”. Não sei se vocês viram, é um filme sobre paternidade, masculinidades, da história de um menino que descobre o pai e que, durante o filme, ele é remontado pelas memórias de sua infância. Não vou dar spoiler. Eu recebi uns feedbacks de pessoas brancas, de emoção mesmo, de se sentir mobilizado, que eu não esperava. E em Procura-se eu estou com uma surpresa muito grata, circulando tanto, porque quando terminei o filme, falei: “Poxa, esse filme deve circular apenas em alguns festivais LGBTQIA+, não deve circular tanto”. E a gente está indo pra 15ª ou 16ª seleção em um ano. É mais de uma seleção por mês. E aí eu pergunto para vocês: vocês, estando deslocados dentro da centralidade daquelas personagens, como esse filme mexeu e chega em vocês.


P.: Eu acho que esse termo que você usou, agridoce, é um ponto forte pra mim. Porque eu acho que é um jogo de reconhecimento comigo mesmo e o reconhecimento do outro, de experiências que não são minhas. O agridoce balança isso muito fortemente. Nesses momentos do riso, da leveza, nos momentos do próprio jogo entre atuação e as experiências das personagens, tem uma leveza que conecta, que aproxima e cria identificação. Só que justamente tem cortes muito brutos mesmo, diretos, com essa experiência conjunta que eu fui criando com as personagens. Eu acho que esse é o momento de conseguir perceber esses outros lugares que eu sinto empatia, que eu me emociono e sinto parte dessa dor, mas que eu não vivo elas. Existe um grau de separação que é muito forte nesse ritmo entre as pessoas que realmente vivem essas realidades, essas experiências no filme, com as que não vivem, mas fazem uma conexão geral com aquelas experiências. Eu acho que isso tá presente na forma, além do conteúdo, que de certa forma potencializa essas conexões e desconexões. Cria um dinamismo muito impactante no filme.


M.: Eu acho que, no meu caso, eu vou num caminho um pouco parecido com Pedro. Eu acho que o filme fez pensar muito em um tipo de violência que não é algo que experiencio cotidianamente. Mas, ao mesmo tempo, acho que o filme traz esse lugar de proximidade, de uma empatia muito significativa.


V.: Acho que é um filme que mobiliza muito a empatia. Pelo processo todo ser um processo de empatia, eu vivencio o Danrley. Eu sei as minhas dores enquanto um Danrley, mas minhas dores também são muito diferentes das dores de uma Tigrezza, e durante as perguntas, durante a montagem, essa empatia esteve muito presente, eu acho que foi transbordada para o filme. Eu acho que as pessoas talvez não se sintam refletidas ali, mas se sintam empatas por conta disso. Por ter muita empatia ali no filme.


V.: E a pergunta que eu quero que vocês me façam... vou aproveitar para pedir um lobby. Vocês querem que eu formule ou que eu jogue um tema pra vocês?


M. e P.: Você pode perguntar e responder. Alguma que a gente faria para você.


V.: Então deixa eu perguntar para mim mesmo (risos). Vinicius, passando por “Procura-se Bixas Pretas” e sabendo que é um filme que tem um ponto de partida de um outro filme que ainda não existe, onde esse rio desemboca, onde Tigrezza vai chegar?


V.: Então, primeiramente, eu acho que esse projeto foi um presente para não desistir do cinema, porque para uma bicha preta do Nordeste, da Bahia, de Salvador, de um estado que não tem editais setoriais do audiovisual há quase quatro anos e de uma pessoa que ainda não conseguiu se inserir na indústria e que não vê prospecção para isso, “Tigrezza” e “Procura-se” foram meu cais para ainda continuar ancorado nesse mar que se chama cinema, sabe? Eu acho que Tigrezza faz parte de uma trilogia não pensada de filmes como “Homens de Música”, que tentam sempre trazer este lugar da cura ali, novamente. E agora uma cura dentro de uma das centralidades que me faz parte. Dentro da “trilogia das músicas”, primeiro foi “Imortais e Fatais”, que foi um filme que não circulou tanto. Um doc híbrido com videoclipe sobre pessoas que estavam morando em uma ocupação chamada Luiza Mahin, lá em Salvador. E que é o ponto de partida de se trabalhar nesses lugares a partir do afeto, porque o filme poderia ir para um outro caminho, e a gente trabalhou na relação das pessoas ali. Em como aquela ocupação era tão potente, que pessoas que, às vezes, não se conheciam e se encontraram naquele lugar, formaram uma rede de afeto muito potente e que se assemelhava à família. Inclusive está na internet. Passando por Rebento, que a gente trabalha masculinidades, questões que me eram caras de certo modo sobre paternidade, sobre masculinidade, sobre família, né? E agora Tigrezza, é onde eu quero tentar me curar enquanto essas dores que a gente sente no âmbito sexual e expectativa de gênero. Então eu me vejo muito num Danrley. Eu estava conversando com uma amiga minha, que participou muito do processo do roteiro, foi quase minha consultora de roteiro, de como o filme se chama Tigrezza, mas acho que o Danrley tá muito como protagonista ali, apesar das duas protagonistas estarem quase ocupando o mesmo tempo de tela, a gente acompanha o desenvolvimento da transformação de uma bicha, de um garoto que se privava de performar o que ele queria ser, de performar essa feminilidade que estava no corpo dele, mas que várias outras coisas na vida barravam isso, o prendiam. E que coloca essa figura que tal hora é uma amizade, mas que tal hora é uma possibilidade de amor, dentro dessa personagem que se chama Tigrezza. É isso, “Tigrezza” desemboca nesse lugar de cura dentro das pessoas e atuações. Não só minhas, mas também dos meus colegas, de tentar ver um filme de amor de bichas pretas que não sofram. No projeto de Procura-se, pra faculdade, escrevi muito isso aqui. A cinematografia branca sempre procura, quando fala sobre nós, expor o quanto a gente sofre e quando a gente pensa em protagonistas de ficção pretos, a gente pensa em filmes muito complexos, muito bizarros. Particularmente o que mais salta seria o filme Cidade de Deus, por exemplo. É um filme que eu não gosto. Na minha infância eu gostei bastante, mas depois que a gente cresce e a gente percebe o quanto aquele filme é violento. Eu tinha seis anos, sabe? E é doido o quanto aquele filme normaliza o corpo preto infantil violento. É doido como aquele filme fez muito sucesso entre as crianças da minha época. E pensar isso hoje, fazendo cinema, esse é um lugar que eu quero estar bem distante. Então acho que Tigrezza está neste lugar de pensar essas outras histórias sobre nós. E é isso, eu acho que esse filme, inclusive, só vai existir com várias pessoas. A gente está sem edital de audiovisual há quatro anos. O que salvou a gente foi a Lei Aldir Blanc, inclusive salvou vários, no FestCurtas vi várias cartelas de várias leis Aldir Blanc. O Estado se eximiu de fazer um edital setorial, então não sabemos como vai ser a política de cultura do próximo governador. Espero muito que seja o Jerônimo Rodrigues, que é do PT, porque o ACM "negro" não dá. Não sei se vocês ficaram sabendo da treta no meu estado, é bizarro, né? Mas, enfim, eu não conto com edital, então a gente abriu uma benfeitoria que se chama benfeitoria.com/tigrezza. A gente tem algumas recompensas lá, e é isso, tentar arrecadar durante esse percurso de festival e conseguir dialogar com várias pessoas que a gente possa estar costurando e ser um filme de muitas mãos de fato.

 

Este texto foi produzido como parte da oficina Corpo Crítico 2022 – Um Braseiro: "Quando um muro separa, uma ponte une", ministrada por Ingá Patriota e Fabio Rodrigues Filho, durante o 24º FestCurtasBH.

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