• INTERNACIONAL #1 •

Registro fílmico como forma viva que demarca os processos do próprio estilo. May June July é filme de quem enxerga excertos da vida e da política negra estadunidenses  com o cuidado de quem toca pétalas, num tato de olhar movido pelo desejo de que, entre o Black Lives Matter e a vida pandêmica, seja possível desabrochar novamente.

(Bruno Galindo)

Em meio ao som do alaúde (instrumento de corda árabe) e várias trocas de e-mail, Moonscape compõe visualidades surrealistas para se defrontar com a impossibilidade do trânsito produzida por “fronteiras, soldados e paredes”. Em seu segundo filme, Mona Benyamin estabelece uma conexão entre sua história e a de Dennis M. Hope (fundador da Lunar Embassy em 1980), investigando memórias, desejos e tensões que a perpassam enquanto uma jovem palestina que vive sob a ocupação israelense.

(Lorenna Rocha)

Na arquitetura mínima de uma tenda vermelha, um homem se orgulha em explorar o mundo do outro com seu traje luminoso e sua motocicleta. Quanto mais se apropria daquilo que conquista, maior se torna seu delírio narcisista. Nesse experimento crítico à invasão das Américas, o heroísmo épico das representações colonizadoras é ironizado pela espontaneidade das performances em meio à selva mexicana. Se toda beleza é um gesto de conquista, relativizá-la é um ato político.

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(Felipe Carnevalli)

Uma agente secreta transexual com voz feminina recebe a missão de espionar um estudante ativista considerado inimigo do Estado. Disfarçada como um homem cis, precisa envolver-se afetivamente para extrair as informações que busca. Um filme de espionagem e amor queer com comentário político que, referenciado na tradição tailandesa dos filmes dublados da era da Guerra Fria, brinca com os absurdos do passado para tecer considerações sobre um presente anacrônico.

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(Vanessa Santos)